Top 5: Os roqueiros também gostam de Carnaval

Rock e Carnaval são quase antônimos para muita gente. Muitos dos roqueiros têm verdadeira ojeriza aos dias de folia momesca. Falam mal, fogem, se isolam ou fazem sua festa paralela, alguns festivais até se especializaram em ser essa festa alternativa para quem gosta de rock. Mas nem todo mundo é assim, muitos roqueiros caem na farra, no samba, vão atrás de trio elétrico, dançam e fazem parte dos maracatus, blocos e frevos e curtem a festa. Alguns até fazem música especial, fazem versão e mergulham no clima. Cabe de tudo. O el Cabong fez um top 5 dos roqueiros que caíram no Carnaval com músicas, versões e trabalhos especiais só no ritmo do Carnaval.

5 – Retrofolia/ Retrofoguetes
Os Retrofoguetes está entre as bandas mais importantes do rock baiano, fazendo desde seu surgimento, fruto do fim do Dead Billies, um rock calcado em surf music , mas também em música circense, latin jazz, cocktail lounge, spy jazz, tango, swing jazz, polka e rockabilly. Em meados dos anos 2000, a banda criou sua versão carnavalesca, batizada de Retrofolia e inspirada no som de Armandinho, Dodô & Osmar. Sai a guitarra clássica e entra a guitarra baiana. Saem os petardos como ‘Surf-O-Matic’, ‘As Concubinas Mecânicas do Doutor Karzov’ e ‘Fuzz Manchu’ e entram as marchinhas e clássicos do carnaval baiano, instrumentais ou não, como ‘Rock de Caicó’, ‘Chão da Praça’, ‘Chame Gente’ e ‘Pombo Correio’. O Retrofolia de festa pré-carnavalesca chegou ao Carnaval com a banda puxando um trio elétrico e se tornando uma das boas novidades da festa.

4 – Ultraje a Rigor – Marylou (versão carnaval)
O Ultraje a Rigor poderia ser uma banda só de hit pra Carnaval, já que suas músicas são pura irreverência e diversão, às vezes com uma crítica aqui e acolá. Mas sempre foi uma banda de rock, divertida e de sucesso. Em 1986, a banda assumiu um lado carnavalesco e lançou, logo após o sucesso do primeiro LP, “Nós Vamos Invadir sua Praia”, um EP que vinha com o hit ‘Marylou’ transformada em marchinha de carnaval. A música se tornou grande sucesso nos bailes de carnaval da época.

3 – Velhas Virgens – Marcha do Diabo e Carnavelhas
Com quase 30 anos de existência, a Velhas Virgens é uma das bandas mais tradicionais do rock brasileiro, pelo menos nos circuitos alternativos. Famosa pelo rock irreverente, a banda também mergulho no Carnaval. Há dez anos o grupo criou o Carnavelhas, lançando discos e faixas especiais em que mistura marchinhas com rock, com músicas próprias e regravações de clássicos do Carnaval do jeito deles. A temática é a mesma que faz o sucesso da banda: bebedeira, mulher e farra. Tudo a ver com Carnaval.

2 – Graforréia Xilarmônica – Amigo Punk
Ali ao lado dos Replicantes, a Graforréia Xilarmônica foi uma das bandas seminais do rock do Rio Grande do Sul. Muito do que se convencionou chamar de rock gaúcho veio deles, aquele som inspirado na Jovem Guarda e no rock dos anos 60, bem humorado, divertido e despreocupado. A banda foi formada em 1987 e deixou entre outros a clássica ‘Amigo Punk’, que virou um marco para que ouve o rock brasileiro dos últimos 30 anos. Num especial de Carnaval para a rádio Ipanema FM, a banda fez uma versão marchinha desse clássico do rock brasileiro.

1 – Raul Seixas – Eterno Carnaval
O eterno ídolo dos roqueiros do Brasil também não se rendeu e caiu na farra. Raul, é bem verdade, sempre flertou com a variedade da música brasileira, em especial a música nordestina, como baião e xote, e com a música de rádios AM considerada brega. Bem verdade também, que em seu primeiro disco, o clássico “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista”, gravado com Sérgio Sampaio, Edy Star e Miriam Batucada, Raul já flertava com o Carnaval com ‘Eu Vou Botar pra Ferver’. Nessa música ‘Eterno Carnaval’ ele mergulha mais ainda na folia momesca gravando a faixa para um disco esquecido e nunca lançado em CD, Carnaval Chegou! (1972). Nele a Philips, através de seu produtor Andre Midani, tenta trazer de volta o clima dos carnavais de frevo-canção e marchinhas, já esquecidos naquela época, vejam só. Para isso, foi convocado um time de peso, que incluía Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Sérgio Sampaio, Jorge Ben, Simonal, Jair Rodrigues, Nara Leão e Gilberto Gil, entre outros. No meio deles estava ainda dois nomes de peso do rock nacional, Raul Seixas e a banda O Terço. Com produção de Roberto Menescal, o disco marchinhas e frevos turbinados com arranjos, letras, interpretações novas. Raul deixou sua marca e marcou presença com sua contribuição carnavalesca como um roqueiro que nunca negou suas raízes brasileiras.

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