Joana Terra

Entrevista: Joana Terra e a visceralidade de seu novo álbum

O segundo álbum da cantora e compositora baiana Joana Terra, Feito Raio, é o resultado vívido e pulsante de um processo de autoconhecimento e aceitação. Lançado no dia 17 de abril, o disco, produzido de maneira remota devido à pandemia, consolida a parceria artística com o músico pernambucano Juliano Holanda, iniciada em Vermelha (2019) (leia crítica). Agora, a delicadeza já presente no álbum anterior divide espaço com a visceralidade e com uma maior segurança artística, trazendo participações de Almério, Ceumar, Marília Sodré e Ezter Liu. Em entrevista ao el Cabong, Joana conta sobre os caminhos e encontros que levaram Feito Raio a ser o que é.

Por Julli Rodrigues*

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Gostaria que você começasse falando um pouco sobre o processo de produção. Como foi gravar o álbum em plena pandemia?
Joana Terra – Tanto o processo de composição quanto o de gravação foram bem à distância. A maioria das músicas eu já compus nesse período de pandemia. Na verdade eu já vinha reclusa há mais tempo, porque eu passei alguns meses morando em Recife, fazendo uns projetos, e tive que voltar à Bahia para cuidar do meu pai que estava doente, teve uma doença terminal, então eu já estava aqui em Barra da Estiva, na Chapada Diamantina, há muitos meses cuidando do meu pai. As canções foram compostas a partir desse momento, antes de começar a pandemia. Então passei quatro meses aqui, antes de começar a pandemia, já na minha pandemia pessoal, e me conectando com os amigos à distância pra fazer as canções. Eles mandavam letras e melodias. Nesse disco, eu só fiz letra de uma canção, que foi “Você No Ar” (Ezter Liu/Joana Terra). E mesmo assim foi em parceria, não foi toda. O resto eu fiz melodia e os parceiros eram os poetas. Aí começou o processo de pandemia, segui fazendo muitas canções, mais da metade foi feita durante a pandemia. É doido porque ao mesmo tempo em que estava todo mundo muito inquieto, muito preso em casa, parece que as pessoas se conectaram mais via internet, pelo menos. Eu senti isso com os meus amigos. A gente passou a se contactar mais até do que antes, a gente passou a conversar muito mais, falar sobre essa situação, sobre as inquietações da vida mesmo, né? Parece que obrigou todo mundo a olhar pra dentro, mesmo. Aí surgiu a Lei Aldir Blanc, a possibilidade de fazer o projeto do disco, e eu fui contemplada e comecei esse processo. Comecei a gravar as guias aqui em casa, no meu computador, mandava pro técnico que fez a mixagem e a masterização, que é o Bocha Caballero, que estava em Salvador, e ele ajeitava, porque tinha umas questões de latência. Mandávamos isso pro percussionista, o Citnes Dias, ele gravava em Salvador no estúdio dele, mandava pro Bocha , que organizava e mandava pro Juliano Holanda, que foi quem gravou baixo, guitarra, e foi o diretor musical do disco. Ele gravava no estúdio dele em Recife, que ele montou na casa dele depois desse processo de pandemia. Eu iria viajar só pra gravar as vozes em Salvador, porque aqui na minha região não tem um estúdio com condições técnicas, mas acabou que me surgiu a oportunidade de participar da mostra Reverbo, que eu faço parte, lá em Pernambuco. São vários artistas, compositores. Acabou que, como eu já estava lá com o Juliano, gravei muita coisa lá de voz e violão. Fiquei hospedada na casa dele, ficamos com todo esse processo. Cheguei, fiquei vários dias isolada no quarto, sem contato com ninguém, pra ser seguro pra todo mundo. Fiz exames antes de ir e antes de voltar. Tudo foi mais demorado por causa disso. Eu tinha muito medo de como ia ser isso, porque não dava pra gente se juntar no estúdio pra fazer. É perigoso, nesse momento, com essa doença. E tinha medo do que ia acontecer com isso, né? Do som, de não estar ali quando a coisa acontece, só ver depois. Mas eu achei interessante isso também, porque às vezes a nossa presença faz a gente direcionar o processo. No caso do percussionista, mesmo, se eu estivesse lá talvez tivesse sugerido caminhos e coisas, porque tenho muito interesse em ritmo. Na verdade, eu tinha que esperar o que vinha dele, e às vezes ele propunha coisas que eu nunca imaginaria. Em “Feito Canção” (Joana Terra/Juliano Holanda), ele propôs umas coisas que quando chegaram, a gente falou “nossa!”. E interferiu completamente na construção do arranjo todo pra melhor aproveitar aquilo. Teve muita coisa boa nesse processo.

Ouça Feito Raio

Acaba trazendo um elemento surpresa, de certa forma…
Exatamente. Ele tem a liberdade total de mandar, claro que depois a gente teve que refazer uma coisa ou outra porque fugiu muito ao que eu gostaria. Mas foi mínimo. No geral, foi muito fluido mesmo, e com essas surpresas maravilhosas que a gente não esperava, e chegar algo assim inquietante, sabe, “nossa, e agora, isso está muito incrível, o que é que a gente faz com isso? Temos que pensar em algo que valorize”, sabe? Foi muito especial.

Falando no Juliano Holanda, vocês têm uma parceria de longa data e ele produziu também o seu álbum de estreia, Vermelha (2019). De lá pra cá, o que mudou e o que permaneceu igual na relação de vocês?
O Juliano inclusive fez um texto superbonito sobre isso, da diferença… em especial em mim. Com relação a nós dois, a gente hoje é muito mais amigo, a relação se estreitou ao longo desse tempo todo. O Vermelha foi o primeiro trabalho, de fato, que a gente fez juntos, só que depois ele me inseriu nessa movimentação da mostra Reverbo, que é feita por ele em parceria com Mery Lemos, que é produtora do disco Feito Raio também, produtora de Juliano e esposa dele. Eles criaram essa movimentação com 30 artistas autorais, cantores, compositores… Aí aconteceu de eu visitar Pernambuco muito mais vezes para estar em contato com essas pessoas e participar da mostra Reverbo, porque foram várias edições que eu fiz com eles. E aí a gente se aproximou muito mais. Eu não morava lá, então sempre que eu ia ficava na casa de Juliano. Ele e a Mery são super agregadores, recebem super bem, e acho que hoje a gente tem uma relação de muito mais intimidade. E temos mais canções em parceria, também.

Esse disco tem mais canções de vocês do que o anterior?
Não, a gente tem a mesma quantidade, por coincidência. São duas em cada, mas por uma questão de ter sido a escolha. No Vermelha eram só essas, mas agora a gente tem muitas e por acaso escolhemos essas duas [“Feito Canção” e “Feito Raio”] para compor o disco.

Ainda sobre o Vermelha, lembro de ter percebido nele um ar de tranquilidade, delicadeza e conexão com a natureza. No Feito Raio o clima já é um pouco mais visceral, embora a delicadeza ainda esteja presente. Gostaria que você falasse um pouco sobre essas semelhanças e diferenças entre os dois.
Tem algumas coisas que influenciam aí. O processo do Vermelha foi muito diferente do Feito Raio, pessoalmente. Foi o meu primeiro trabalho autoral, eu tinha muito medo de me expor, eu não mostrava as minhas canções pras pessoas, isso interferia até na quantidade de músicas que eu compunha. Tinha aquele medo do julgamento, medo da exposição, muitas das canções também são meio autobiográficas, diferentemente do Feito Raio, até porque nesse não fui eu que escrevi as letras, na maioria. Quando eu cheguei para gravar o Vermelha com o Juliano, eu não queria nem gravar minhas músicas. Achava que ninguém iria se interessar, gostar, que eram simplórias, e Juliano não permitiu. Eu queria gravar um disco todo dele, porque Juliano é hoje pra mim um dos maiores compositores do Brasil. Mas ele falou “não, se você compõe, você tem que gravar suas músicas! É a sua forma de dizer as coisas. Não importa se alguém vai gostar ou não. É você que tá trazendo isso, ancorando isso aqui por alguma razão, então você tem que dizer o que você está aqui para dizer”. Ele me fez gravar os violões, eu tinha medo, falava “ai, não sei, não me dou bem com metrônomo”, mil defesas, né? Então foi um processo muito terapêutico o Vermelha, sabe? Atacou tudo, eu tive uma crise de coluna… Sabe, aquele drama? (risos) Eu acho até interessante que muita gente fala “ah, é uma paz esse disco”, mas o processo pra mim foi muito inquieto. Foi muita ebulição interna, tanto de sentimentos como de inseguranças. Quando passou o Vermelha, que eu lancei, e essas canções que eu achava que ninguém ia gostar, que ninguém ia se interessar em ouvir… Foi apenas lançar e vários artistas começaram a cantar músicas minhas. Almério, que é um grande artista, Gabi da Pele Preta, que é uma artista de Caruaru também fantástica… Um monte de gente, em Pernambuco, em especial, cantando minhas músicas. Eu vi que a aceitação foi maravilhosa, ganhei um prêmio Grão de Música com ele. Eu tinha mil defeitos até o dia do lançamento, eu só olhava para ele olhando os defeitos. Teve uma repercussão muito além do que eu imaginava, então isso acaba dando um conforto, uma segurança para você poder exercer o que você faz com mais tranquilidade. No Vermelha também, até aquele momento eu praticamente só tinha aquelas músicas. Passado esse período, que eu tive todo esse feedback bonito e comecei a interagir mais com essa galera de Pernambuco, fazer parte da mostra Reverbo, porque todo mundo troca muito, então acaba instigando e movimentando muito mais essa veia da composição. Aí eu chego pra fazer o Feito Raio com uma quantidade de músicas que eu poderia gravar três discos. A gente chegou com mais conforto pra escolher o que ia entrar, acho que teve um amadurecimento no nível da composição pelo fazer mais constante. A parceria com Ezter Liu, que é a letrista de quatro canções do Feito Raio, que é minha parceira mais constante. É alguém com quem eu troco muito, inclusive sobre esse lugar de ser mulher e da dificuldade de ter a confiança naquilo que se faz por ser mulher. Eu cresci muito com essa parceria, e isso está muito presente no disco também.

Isso acaba tendo a ver com aquela questão da “síndrome da impostora”.
Exatamente, isso é muito forte. Agora, para além disso, pra mim tem também algumas questões espirituais. Essa presença da Iansã, que até o dia que eu lancei o Vermelha eu nunca tinha associado a nada disso. O nome do disco veio de um apelido de infância, e quando eu lancei, alguém me disse “nossa, que Iansã forte na capa do disco”, e caiu aquela ficha assim, quando eu fui ver, metade das músicas falam do vento, isso não foi pensado. Feito Raio chega com um amadurecimento maior nesse sentido, porque eu busquei, nesse hiato de dois anos entre um disco e outro, entender esses processos espirituais, porque eles começaram a se manifestar em minha vida com maior constância. Aí eu fui investigar isso. Já me confirmaram que eu sou filha de Iansã, e tem essa presença forte em tudo que eu faço. E é doido que a música que dá nome ao disco, “Feito Raio”, é letra de Juliano Holanda. Ele é ateu, eu nem converso sobre essas coisas com ele, porque ele não acredita. Eu mandei a melodia, ele fez a letra e… Cara, parece um recado de Iansã pra mim, um recado que eu recebi num jogo, sabe? Que, passado um tempo tal, chegaria o momento de ingressar mais fortemente nessa esfera espiritual. Eu ainda não frequento nada, mas tento entender, porque isso se manifesta, isso me circunda o tempo inteiro. E a letra do “Feito Raio” me bateu muito forte justamente por isso.

E é uma música que tem a participação de Marília Sodré…
Exatamente. Marília é uma amiga de muito tempo, fomos colegas de faculdade na Escola de Música da UFBA, e sempre esteve presente em muitos momentos. E ela é uma das maiores violonistas de Salvador, e é fantástica, então sempre que eu preciso de orientação, de alguma coisa “violonística” que está além do meu conhecimento, eu busco um suporte com ela. E ela sempre é disposta, sempre é amiga e parceira. Foi muito feliz tê-la coroando toda essa vivência que temos juntas.

Além dela, tem outras participações, não é? Tem a de Almério…
Isso. No período em que eu morei em Recife, eu dividi apartamento com o Almério. Eu já o tinha conhecido uns dois anos antes, na casa de Juliano Holanda, e viajei com eles para uns shows que eles faziam no interior. Pude passar semanas maravilhosas com eles. E ele é uma pessoa muito linda, iluminada e querida. É um irmão, e a gente super se ama, profundamente. E essa música “Vai” (Ezter Liu/Joana Terra), em especial, eu fiz pensando nele. Quando Ezter me mandou o texto, eu achava até que não caberia virar uma música, porque achei a métrica dela meio diferente, não consegui visualizar a possibilidade de uma melodia imediata. Mas assim que eu li o texto, falei “esse texto é a cara de Almério”. Mostrei pra ele, e ele disse “bicha, que negócio foda, Ezter é demais!”, mas ficou nisso. Eu estava aqui na Bahia, comecei a fazer a música, fiz toda a parte A e emperrei, não conseguia fazer a parte B de jeito nenhum. Um dia eu acordei com a música na cabeça, cantando assim, e comecei a imaginar Almério cantando. Quando cheguei nessa parte que eu não conseguia fazer, visualizei ele cantando com os braços abertos, a melodia saiu como um sopro mesmo. Essa música foi feita pra ele cantar, e é uma alegria imensa ele ter participado e estar lá cantando daquele jeito.

E sobre a participação de Ceumar?
Ceumar também… Eu a conheci quando eu fiz uma viagem para uma praia em Alagoas, eu conheci uma galera. Eu estava com uma amiga, tínhamos ido viajar pra conhecer uma faculdade de canto, eu era adolescente. Nesse grupo tinha um menino que tocava violão, e eu não desgrudava do violão hora nenhuma, começamos a tocar… Ele disse “pô, que massa, você toca umas músicas que não tocam em rádio direto, também gosto disso, conheci várias agora com você. Me dá seu endereço, eu vou gravar uma fita pra você com as músicas que eu gosto de ouvir e vou te mandar”. Aí eu dei meu endereço pra ele. Alguns meses depois essa fita chegou, com várias músicas, várias que eu já conhecia e uma que me parou, me paralisou, eu fiquei louca, fiquei me matando pra tentar aprender no violão, até que consegui, com os acordes todos errados. Só que ele não tinha feito nenhuma etiqueta do que era, então eu não sabia quem era aquela voz. Eu mostrava pra várias pessoas e ninguém em Salvador conseguia descobrir quem ela. Aí fiquei naquela, com aquela frustração. Até que um dia eu fui ver aquele projeto Mercado Cultural, uns dois ou três anos depois, eu já estava na faculdade. Era sempre aquele esquema que tinha vários shows. Antes de um grupo de Israel, era uma cantora mineira chamada Ceumar. E ela estava cantando e eu “nossa, que voz linda”, e sem reconhecer. Na hora que ela tocou a música, eu quase choro, disse “meu Deus, é essa mulher!”, descobri quem era. Dei uma imagem àquela voz que já permeava meu afeto. Aí fui à (loja) Pérola Negra e comprei tudo que tinha dela, aprendi todas as músicas, comecei a procurar coisas no YouTube. Era fã, tipo beata da igreja de Ceumar. Ela é amiga de Juliano, já participou de disco dele, já gravou música dele. Mery sabia disso, dessa minha afeição por Ceumar e ficava me pirraçando. Mandava foto de Ceumar na casa deles lavando os pratos, dizia “ah, era pra você estar aqui”. Eles mostraram Vermelha para Ceumar antes de ser lançado, ela falou superbem. Quando eu lancei, ela compartilhou, quase morri do coração. E nesse processo do disco agora, Mery sugeriu “por que a gente não chama Ceumar? Ia ser tão bonito, tem tanto a ver com a sua história, acho que ela super topa”. Eu mandei uma mensagem convidando, ela me mandou uma mensagem tão querida, de “claro que vou”, com tanta vontade e carinho, que foi maravilhoso. O processo todo foi muito lindo. Ela mandava várias mensagens com sugestões para os arranjos e as vozes. Pra mim é a realização de um sonho, eu nem acredito, fico muito boba com isso. Como é doido, como é cíclico mesmo, né, como a vida é “Cíclica” (Ezter Liu/Joana Terra), que é a música que ela gravou. Como ela disse, ela me mandou uma mensagem super linda, que me fez chorar, dizendo que agora estávamos juntas para sempre. E tem também a participação de Ezter Liu recitando um poema que veio depois da música. A letra da música é dela, e depois que eu chamei Ceumar, comecei a pensar nessa música, pensei muito nessa coisa dessa roda de mulheres, de apoio, de afeto, e me veio a ideia de chamar Liu pra dar uma coisa de mais mulheres ali, e sugeri que ela fizesse um poema curto pra recitar no meio da música.

O álbum já está nas plataformas digitais. Quais são os planos, agora? Vai sair em formato físico? Vai ter alguma live de lançamento?
Essa questão do disco físico eu estou segurando um pouco, porque vou ter que pensar como vou viabilizar isso. Tem muita gente perguntando, então estou fazendo uma lista de interesse para ver quantas pessoas gostariam de adquirir previamente, pra ver se eu começo uma campanha nesse sentido, sabe? Porque a verba da Lei Aldir Blanc pro disco cobriu o feitio, né? Era pra ser lançamento digital e só, não dava pra arcar com isso. É um valor bem alto para a gente prensar um disco hoje, e a maior parte das vendas de discos está atrelada a shows, as pessoas vão ao seu show e querem aquele momento de comprar seu disco e ir lá falar com você, pedir uma dedicatória. A gente não sabe quando volta isso. Então, ainda não sei. Por enquanto está em suspenso essa coisa do disco físico. Sobre uma live, estou organizando isso. Vamos lançar, ainda sem data, estamos pensando, mas já fizemos um lyric video com animação de “Queimando de Amor” (Joana Terra/PC Silva). Mas deve ser até o meio do mês que vem, não vamos demorar muito. E live, por enquanto, não marquei nada não, estamos pensando, também. Estou indo no fluxo do lançamento do disco.

* Julli Rodrigues é jornalista formada pela UFBA. Atualmente, trabalha na Rádio Metrópole FM como repórter. Apresenta a série mensal “A Música no Tempo” no Especial das Seis da Educadora FM, sobre o contexto da MPB entre os anos 60 e 80, e escreve análises sobre música e áudio no blog Ouvindo Coisas.

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