Copacabana Club leva electro-rock-pop brasileiro para a gringa

Copacabana ClubEm turnê pelos Estados Unidos durante este mês, com direito a show no festival South by Southewest, e single para ser lançado na Europa, banda curitibana Copacabana Club é mais uma que aposta no mercado internacional.  Preparando CD para este ano, grupo continua, no entanto, com foco no mercado brasileiro.

Durante todo este mês, bares e casas de shows em várias partes dos Estados Unidos estão recebendo bandas e artistas da nova geração da música brasileira.

Convidados para se apresentar no Festival South by Southwest, no Texas, eles aproveitaram o evento para articular outros shows e pequenas turnês pelo país. Um desses grupos é o curitibano Copacabana Club, que começou, ontem, uma turnê de 15 dias e seis shows pelos EUA.

A banda, que também vai ter um lançamento mundial da música Just do It por um selo europeu, começa a chamar atenção.

Apesar das novidades, uma carreira focada no exterior ainda não está entre os projetos do grupo. “Estamos felizes com a oportunidade de tocar nos EUA, mas por enquanto não temos plano nenhum de sair daqui.

Não sem antes conseguir fazer a turnê Norte e Nordeste que tanto queremos!”, explica Claudinha Bukowski, a baterista do grupo.

Depois de se apresentar em várias cidades do Sul e do Sudeste, o convite para a turnê no exterior acabou sendo um passo natural, especialmente pelo tipo de música que o grupo faz.copacabanaclub

Depois de voltar dos EUA, o grupo passa duas semanas em São Paulo tentando finalizar o álbum “Ano passado nos inscrevemos no SXSW só pra ver o que ia acontecer. Quando recebemos o convite oficial pra tocar, ficamos superanimados e decidimos que iríamos tentar agendar mais uns shows por lá”, conta a baterista.

Com a ajuda de Cassim (do grupo Cassim & Barbária, de Santa Catarina), que já tinha participado do SXSW em 2009 e também emendou um tour pelos EUA, os integrantes do grupo buscaram shows em outros locais.

Acabaram fechando uma pequena turnê, que inclui dois shows no festival, em Austin, no Texas, além de dois outros em Nova York e ainda na Filadélfia e em Boston.

Outro passo no exterior está sendo dado com a música “Just do It”. A faixa, que já havia virado trilha para um comercial do canal de TV pago FX, com transmissão para toda a América Latina, teve um clipe bastante visto mundo afora pela internet.

Com mais de 300 mil visitas, chamou atenção inclusive do rapper e produtor Kanye West.

Em maio, a música vai ser lançada mundialmente na forma de single pelo selo Bulldozer/ 3Plus Music, via PIAS, a maior distribuidora independente da Europa, que lançou artistas como Placebo, Tiësto, Paul Weller, entre outros.

Seguindo os passos que já deram certo para nomes como Cansei de Ser Sexy e Bonde do Rolê, o Copacabana Club abre uma frente em terras desconhecidas, mas que têm sido bastante receptivas para grupos que mesclam rock, música brasileira e eletrônica.

Batidas dançantes Quase sempre comparado aos dois grupos citados, o Copacabana Club tem sim semelhanças, mas muito mais por ser um grupo brasileiro, dançante, contemporâneo, ter uma vocalista e usar música eletrônica, do que por parecer de fato. No caso deles, a proposta é bem mais ampla e a pretensão bem menos efêmera.

Formada em 2007, em Curitiba, depois que o multiinstrumentista Alec Ventura retornou de um período em Londres e resolveu criar uma banda, com apenas uma exigência desde o início: ser dançante.

CopacabanaClub3A música do grupo, no entanto, chama atenção não só por funcionar para dançar, mas pelas caprichadas e deliciosas melodias em sintonia com as guitarras, com elementos eletrônicos e com as batidas dançantes, que criam um colorido irresistível. Funciona na pista, mas também para animar a manhã indo para o trabalho ou a escola.

A aposta no formato clássico de banda de rock, com baixoguitarra-bateria, além, claro, dos muitos sintetizadores, foi crucial para formar a sonoridade da banda.

A aposta na bateria, por exemplo, foi uma decisão certeira para que a sonoridade dançante não soasse tão eletrônica, mas orgânica e viva. As duas guitarras, tocadas por Rafa Martins e Alec Ventura, também responsável por parte dos sintetizadores e dos vocais, garantem a pegada roqueira, enquanto o baixo de Tile Douglas garante o groove dançante.

Nada disso funcionaria, no entanto, sem os duetos vocais de Ventura e de Caca V. Ele, o criador e cérebro criativo da banda, ela uma garota que dançava sapateado e balé, mas que não tinha nenhuma experiência musical.

Em cima do palco se revelou, no entanto, uma daquelas performers que aprontam.

Dança, desce para cantar no meio do público e faz do show uma experiência.

Criando seus próprios caminhos, sem deslumbramentos, a banda segue conquistando um lugar de destaque na música brasileira contemporânea.

A música do Copacabana Club é uma mescla indie-rock, new wave, electro rock, música eletrônica, com inserção até de elementos de bossa nova e punk rock, sempre com divertidas letras em inglês. E, assim como parte das bandas de rock que andam fazendo música para pistas, o grupo capta muito do electropop dos anos 80, soando pop e bastante assimilável.

“Não vejo o Copacabana Club preso a um estilo de música específico.

Estamos compondo música do jeito que nos agrada.

Talvez daqui um tempo as composições sejam de um estilo um pouco diferente do que o de agora. É difícil prever e também não nos preocupamos com isso.

Tocamos o que gostamos, vamos continuar fazendo isso. Se considerarem hype, tudo bem.

Se não gostarem, também está tudo bem. Acho complicado fazer música pensando em ‘o que vai dar certo’. Tem que tocar o que você gosta e pronto”, acrescenta Claudinha Bukowski.

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