Lídice Berman

Papo com quem faz: Lídice Berman, agora em vôo próprio

Conversamos com a produtora Lídice Berman sobre suas atividades, os projetos passado e futuros e sobre as dificuldades do setor.

Vamos para mais uma edição do papo que estamos realizando com produtores para falar do cenário musical baiano e a quantas anda o mercado. Desta vez, conversamos com a produtora Lídice Berman, nome já conhecido do meio, já tendo realizado eventos de pequeno, médio e grande portes. Ela já esteve por trás de eventos como Movimento HotSpot, Caravanas Petrobrás, Conexão Vivo Bahia, Surf Reggae Tour, Sarau Du Brown, Festival de Jazz do Capão, Projeto Noite de Santo Amaro, além de shows de importantes artistas do cenário Brasileiro como Gilberto Gil, Adriana Calcanhotto, Lenine, Zeca Pagodinho, Mariene de Castro, Gal Costa, Mario Adnet, entre outros grandes nomes. Além de ser gestora da banda Diamba, há alguns meses, Lídice decidiu criar sua própria produtora, a L&B Produção, encarando um vôo próprio, que já tem rendido alguns shows como Lenine, Márcia Castro homenagem aos Novos Baianos com nomes como Curumin e Anelis Assumpção.

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– Como você enxerga a cena musical baiana, tanto no que diz respeito a produção local, quanto a movimentação de shows?
Lídice Berman – Ativa e ousada, mesmo com todas as dificuldades e restrições, a música e a produção local estão a todo vapor, desbravando e conquistando espaço.

– Qual a maior dificuldade para quem produz shows em Salvador?
Lídice Berman – Temos poucas opções de casa de eventos, de médio e grande porte na cidade. Já está melhor do que ontem, mas mesmo assim, ainda são restritas as opções. Na hora do estudo de viabilidade, fechar a conta dos eventos x custos x casa x público pagante, sempre é uma matemática complicada.

– Você acha que existe público diverso para todos estilos musicais na cidade?
Lídice Berman – Cada dia tenho mais certeza que existe público diverso para todos os estilos, tenho ainda mais certeza que não podemos desprezar nenhum estilo, pois todos possuem um público sedento por conteúdo interessante, uns mais outros menos, mas estão aí!

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O show inesquecível de Zeca Pagodinho para Lídice Berman no Wet’n’Wild.

– Qual foi a grande surpresa entre os shows que você produziu, de público e artisticamente?
Lídice Berman – Fiz um evento chamado SAMBA GENTE, no Wet’n’Wild em 2012, com Zeca Pagodinho, evento com custo de mais de meio milhão, uma adrenalina daquelas no período da pré-produção, noites e noites sem dormir e as referências do último show realizado em Salvador eram bem desanimadoras. Bom, resultado, tive a prova real que o artista é um fenômeno, graça a deus, risos, mais de 10 mil ingressos vendidos numa velocidade surpreendente, um evento lindo e com um público mais diverso possível. Pela primeira vez eu vi um camarote ter que avançar fisicamente na pista, pois o povo queria mesmo era o camarote all inclusive. risos!

– Com quem você não trabalhou que gostaria de trabalhar? E que show gostaria de fazer e não fez ainda?
Lídice Berman – Dos artistas nacionais eu praticamente já trabalhei com todos (daqueles que sempre desejei, afinal esse mundão é grande e tem artista pra caramba!) e de show internacional já trouxe a lendária banda de reggae Steel Pulse. Bom, Chico Buarque é o nome que falta na minha lista.

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Uma das grandes apostas da carreira foi trazer a banda inglesa Steel Pulse, que também gerou um grande prejuízo.

– Quais os próximos projetos e o que vislumbra de produção na área de música mais pras frente? Daqui a 3, 5 10 anos pra você?
Lídice Berman – Tô buscando entender o universo dos jovens e adolescentes, o que escutam, o que gostam, quanto mais converso com as minhas filhas, mais sinto que tô me distanciando do que é “o novo” e isso dá uma certa inquietação. Quero desenvolver projeto pra jovens, ainda não encontrei o fio condutor que ligará meus projetos a eles, mas isso é uma questão de tempo e muita observação. A música na sua constante mudança, transição, transgressão, tá tudo tão rápido, que imaginar a música daqui a 10 anos…sinceramente não sei responder!

– Você pensa em trabalhar com shows internacionais? Por que não fez ainda?
Lídice Berman – Eu fiz meu primeiro show internacional no ano de 2009. Trouxe a banda Steel Pulse, foi um evento lindo, mas também o primeiro prejuízo. Não me arrependo, mas pensar em repetir… atualmente tá bem difícil, ainda mais com o dólar nas alturas, passagens lá em cima, não acho que o momento esteja favorável, não ao meu nível de investimento!

Veja como foi o show do Steel Pulse:

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