Bahia exporta nova música em turnês de artistas pelo mundo

Jazz, thrash metal, ritmos afro, ragga, rap, instrumental, bahia bass e muitas novidades. A música da Bahia mostra sua face mais contemporânea para o mundo em turnês internacionais de diversos artistas.

A música contemporânea feita na Bahia já vem ganhando espaço no Brasil e, aos poucos, o restante do mundo também vai conhecendo a produção atual e sua diversidade. Nomes como Luedji Luna, Josyara, BaianaSystem, Santini & Trio, Roça Sound, Batekoo, Natural Hate, Duo B.A.V.I. e Afro Jhow estão promovendo essa música em shows e turnês por diversos países da Europa, América do Sul e América do Norte.

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Depois de estrear o show de seu mais recente trabalho, o EP ‘Mundo’, no South By Southwest Music Festival (SXSW), no Texas, EUA, em março, Luedji Luna parte agora para sua primeira turnê internacional. A cantora começa no final de junho uma série de 11 apresentações passando por 5 países: Estados Unidos, Canadá, Holanda, Alemanha e Portugal.

A turnê, que inclui passagem por festivais e casa noturnas, começa no dia 28 de junho, em Montreal (Canadá), e segue por Toronto (30/6), Amsterdam (4/7), Berlin (5/7), Rudolstadt (6/7), Lisboa (11/7), Porto (13/7), Madeira (17/7), Sines (19/7), se encerrando em Nova Iorque, nos dias 27 e 28 de julho.

As apresentações acontecem embaladas pelo lançamento em Cd e vinil do primeiro disco de Luedji, ‘Um Corpo no Mundo’, na Europa e Japão, além de uma boa receptividade do álbum pela crítica. No The Guardian, o álbum foi aclamado como uma estreia “sensual com uma mensagem”, recebendo 4 estrelas e uma crítica favorável de Neil Spencer. No texto, ele diz, entre outras coisas, que “Luna mistura sua política com romance, natureza e um aceno para os deuses. Um recém-chegado envolvente.”

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O grave da bahia

Antes mesmo de se tornar sucesso nacionalmente, o BaianaSystem já vinha engatando shows e turnês no exterior. Japão, China, Espanha, Inglaterra, Dinamarca, Estados Unidos, entre outros, foram alguns dos países que já receberam o grupo. Dessa vez, Russo, Beto Barreto e cia retornam à Europa para três apresentações na Espanha, Portugal e Inglaterra. Dia 17 de julho, a banda toca no Canibal Sound System, em Barcelona; no dia 19, no Earth Hall, em Londres. No dia seguinte, 20 de julho no festival Super Bock Super Rock, em Lisboa, ao lado de nomes como Lana del Rey e Janelle Monáe.

Um coletivo que tem chamado atenção pelo Brasil e começa a consolidar uma carreira internacional é o Batekoo. Surgido de uma festa, atualmente é um verdadeiro movimento de promoção da cultura e estética negra e LGBT+. Na parte musical, seus DJs tem foco em ritmos urbanos afro-americanos, como funk, trap, kuduro e hip hop. Em junho eles já estiveram em Nova Iorque para duas apresentações, e em agosto partem novamente para a cidade.

No dia 3, se apresentam ao lado de Omulu e Marginal Men no Brasil Summerfest: Baile Funk Rooftop Festival Closing Party, no Brooklin. No dia 24, integram a programação do aclamado festival Afropunk, também no Brooklin, ao lado de nomes como Leon Bridges, FKA Twigs, Toro Y Moi, entre outros. O Batekoo é, aliás, a ponte para a vinda do Afropunk para Salvador em 2020 (saiba mais aqui).

Direto de Feira de Santana, o Roça Sound vai levar seu misto de ritmos jamaicanos e baianos para o Chile. O Bahia Bass do coletivo de DJ e de MCs vai aportar nos dias 16, 17 e 18 de agosto em Santiago, capital chilena. Um dos principais e mais famosos festivais de jazz da Europa, o Montreux Jazz Festival, também vai ter presença baiana.

O rapper Afro Jhow é um dos poucos nomes brasileiros na edição deste ano, na Suíça, que vai receber shows de Elton John, Thom Yorke, Lauryn Hill, Chemical Brothers, James Blake, Ivan Lins, entre outros. Afro Jhow se apresenta no dia 29 de junho, no Scène In the Park, dentro da programação dedicada aos novos talentos. Ele vai apresentar sua mistura de ritmos afro-caribenhos, afrobeats, afro trap, house, afoxé, semba, samba reggae, salsa, entre outros

Música instrumental

Mas não é só de ritmos dançantes que vive a Bahia. A música instrumental e o jazz feito por aqui já teve as portas abertas pela Orkestra Rumpilezz, por exemplo, e agora terá outro grupo viajando. O Santini & Trio vai passar 10 dias circulando por Portugal realizado apresentações e rodas de conversa. As atividades serão realizadas nas cidades de Lisboa, Aveiro, Coimbra, Cascais, Ansião e Sintra, em teatros, conservatórios, escolas de música e casas de Jazz, entre 30 de junho e 10 de julho.
O guitarrista e compositor Rony Santini, o contrabaixista Anderson Silva, o multi-instrumentista Rogério Ferrer e o baterista Flaviano Gallo vão apresentar o jazz cheio de personalidade do grupo, com referências de ritmos como ijexá, samba, samba de roda e bossa nova. O Projeto Santini & Trio Circula em Portugal – foi aprovado na 1ª Chamada do Edital de Mobilidade de 2019, e conta com o apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

Datas de Josyara na Europa

Quem já está em plena turnê é Josyara. A cantora e compositora está desde o dia 16 de junho circulando pela Europa, com shows por Portugal e Inglaterra. Depois de ter feito duas apresentações em Lisboa, ela tocou no Porto e segue agora para seu primeiro show em Londres, no Servant Jazz Quarters, dia 29. Na sequência, Josy volta para Portugal, se apresentando no Salão Brasil, em Coimbra, no dia 5 de julho. Já o Duo B.A.V.I. acaba de voltar de uma curta turnê de quatro shows em Buenos Aires, na Argentina, realizada entre maio e junho.

Metal para exportação
Nem todo mundo sabe, mas o heavy metal baiano já circula pelo exterior há algum tempo. Bandas como Headhunter D.C. e Malefactor, por exemplo, já fizeram turnês por diversos países, especialmente pela Europa. Outra importante banda do metal baiano, a Mystifier, está mais uma vez circulando pelo exterior. A banda esteve recentemente na Austrália, onde se apresentou no Dark Mofo, importante festival realizado na Tasmânia.

Este ano, é a vez da estreia da banda de thrash/death metal, Natural Hate, de Caetité. Durante o mês de junho, o grupo está circulando por Colômbia e Equador, realizando um total de 12 apresentações em diversas cidades dos dois países. A “Underground Latin America Tour”, que faz parte da divulgação do mais recente disco do grupo, ‘Welcome To Underground’, já passou por algumas cidades e se encerra essa semana com shows nas cidades equatorianas de Cuenca (27/6), Ambato (28/6), Guayaquil (29/6) e Canãr (30/6). A turnê foi também viabilizada através do edital de Mobilidade Artística e Cultural, da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult).

Mostrar Show da Natural Hate em Quito, no Equador
Show da Natural Hate em Quito, no Equador.

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